segunda-feira, 8 de junho de 2015

Auto-crítico, e com muitos itálicos


Ontem, depois de um modesto, mas saborosíssimo almoço, acompanhado por um fresco Chardonnay, da Casa Santos Lima, decidi-me a fumar um Montecristo, que me fora  generosamente oferecido por um bom amigo. E bebi, à falta de uma Adega Velha, uma competente Fim de Século, com uma pedrinha de gelo.
Por momentos, senti-me na pele de um Rendeiro (caridosamente absolvido, no seu primeiro processo, pelos amáveis juízes lusos) contemplando, embevecido, a sua pinacoteca privada. Imaginei-me Oliveira e Costa, deliciado, a observar os seus Mirós, sem pulseira electrónica, em casa. Ou o paquidérmico e facilitador agente da cultura, na Ajuda e sem dívidas ao Fisco, fumando um Cohiba, enquanto era entrevistado por Le Monde. Ao mesmo tempo que ia rabiscando uns apontamentos para o próximo policial, post-funções, e convalescente. Faltou-me só transportar-me até um resort em Cabo Verde ou Aguiar da Beira...
Ou seja, durante cerca de 15 minutos paradisíacos, vivi acima das minhas possibilidades. Será que a dívida portuguesa, por isso, subiu mais uns pontos? Fiquei a matutar.
Mas, depois, foi a ressaca. Durante quase 60 segundos, fiquei cheio de remorsos esquerdistas.

para H. N., aromaticamente.

2 comentários:

  1. Viver acima das possibilidades, mas com melhores exemplos. :-)))
    Uma boa semana!

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    1. Seria um bom projecto, mas onde buscar os exemplos meritórios?..:-)
      Retribuo, cordialmente, os seus votos.

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