terça-feira, 2 de junho de 2015

Tomas Tranströmer (1931-2015)


Música lenta


O edifício está fechado. O sol entra pelas vidraças
e aquece, do alto, as secretárias
sólidas bastante para suportar o peso do destino.

É o nosso dia de saída, para a longa extensão dos taludes.
Muitos vestiram os fatos escuros. Podemos apanhar sol
e fechar os olhos e sentir o vento que nos leva, suave.

Eu, que raramente venho até à beira-mar, aqui estou,
por entre os rochedos cobertos por algas macias.
Rochedos que, lentamente, souberam emergir das águas.


Tomas Tranströmer, in Klanger och Spär (1966).

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