De José Craveirinha (1922-2003), poeta moçambicano e Prémio Camões 1991, já aqui falámos algumas vezes, no Blogue. Para lhe sublinhar a medida e discrição por contraste, sábio, em relação à habitual estridência da maior parte dos vates africanos. Para além dum cuidadoso, quase clássico, uso da nossa língua comum. Rui Knopfli considera-o "o maior poeta africano de expressão portuguesa" - eu não poderia estar mais de acordo.
Este livro "Maria" (1988), em imagem, é um exercício raro. Uma longa elegia de amor conjugal, pela morte da Mulher. Dos mais de quarenta poemas, seleccionamos:
Solitários
Primeiro uma injuriosa nódoa nas calças.
Depois a falta de um botão na camisa.
E no princípio da noite
eu e a sobra do almoço
solitários na casa toda
aborrecidos um com o outro.
Gosto muito, e principalmente deste livro.
ResponderEliminarUm bom livro de maturidade.
ResponderEliminarBom dia!