segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Sobre a verbosidade


Sempre privilegiei a concisão clássica em relação à incontinência barroca, embora nesta última tenha alguma tolerância para com o conceptismo, em detrimento do cultismo.
Nem sempre serei contido, mas julgo que quase poderia fazer minha a sábia máxima de D. João II: "Há um tempo de coruja e há um tempo de milhafre." Quanto à escrita, tenho consciência de que raramente resisto a um bom adjectivo, para uma situação apropriada ou para sublinhar um sentimento, mas tenho a noção de que, às vezes, abuso dos advérbios. E também tenho o sentido das minhas fraquezas: nunca chegarei à usura exemplar da escrita de Georges Simenon, que passa páginas e páginas sem usar um único adjectivo...

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