sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Abóboras na paisagem


Da Escola vem um alarido, um clamor selvático de gritos infantis, tão desmesurado que até consegue abafar a música pimba, provinda de uns altifalantes rudimentares do recinto interior.
Cá fora, dezenas de pais e avozinhos, impedidos de entrar, espreitam, embevecidos, através das grades e da rede, as criancinhas mascaradas, como num jardim zoológico humano descontrolado.
Não, obrigado! Para mim, abóboras, só para a sopa e nos bolinhos de jerimu.

12 comentários:

  1. Doce de abóbora com requeijão também é bom. :-) Bom dia!

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    1. Estou conforme..:-), mas com compota de framboesa, ainda é melhor!...
      Boa tarde!

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  2. Isso entrou definitivamente nas escolas. Os miúdos gostam, os pais apoiam, os professores deixam e o comércio agradece!
    Contra mim falo, que a princípio era totalmente contra e com o passar dos anos acabei aceitando. Até já compro coisas para a minha sobrinha pequenita!

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    1. Não sou grande admirador da cultura norte-americana mas, com a globalização, o que é que se pode fazer? Mas também o lado provinciano português que, muitas vezes, desprezando a tradição lusa, abraça entusiasticamente o que vem de fora, ajuda muito. E mal.
      Por outro lado, acho erradíssimo que a Escola se transforme num arraial do "sempre em festa"... É uma péssima lição para a vida.

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    2. Bem, nós não tivemos arraial...

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  3. Ontem, quando cheguei a casa, uma vizinha minha tinha colocado duas abóboras com lâmpadas à janela. :(

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. Parece-me que era exemplar único na rua.

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    1. Qualquer dia, MR, estamos a comer peru no "Thanksgiving"...

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  6. Há importações lamentáveis, ou a lamentar, esta versão Americana é péssima, perverteu completamente a tradição, beirã? Dos bolinhos, em que os meninos pobres, cantavam á noite na véspera de todos os santos em homenagem aos finados, as pessoas das aldeias davam habitualmente, broa doce, castanhas, figos secos, avelãs, alguns mais abastados, uns tostõezitos. Ontem na rua era uma algazarra ensurdecedora com autênticos bandos histéricos, o pior de manhã, com farinha na entrada dos prédios nos automóveis, papel higiénico pelo chão, enfim não sei como foi possível enraizar costumes que nada tem a ver connosco, penso que foi através das escolas e agora o mal já está feito.

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    1. Comércio e muitas escolas fizeram de facto uma "joint-venture", largamente ajudados pelos meios mediáticos que, na sua grande maioria, se limitam a ser correias de transmissão das grandes agências informativas. As fracas cabecitas fizeram o resto... O "pão por Deus" foi apagado do mapa.
      Na Escola a que me referi o patrocínio foi da "Olá", que tinha uns 6 toldos e bancas, no interior do estabelecimento de ensino, para vender gelados. Que haja Conselhos Directivos que permitem estas promiscuidades, é que eu não entendo de todo.

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