sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Palavras do dia (13)


"...Os jornais ditos de «referência» (se isso significa hoje alguma coisa) fizeram do eclectismo uma profissão de fé ou uma tentativa de não excluir ninguém, para se dirigirem a um universo alargado de leitores. Daí a impressão que temos de que há «quotas» para toda a gente se sentir representada, sobretudo nas secções de opinião. E este carácter aparentemente abrangente estende-se a todo o jornal, de maneira que o que se obtém é sempre um produto demasiado híbrido, movendo-se num espaço da hesitação que visa contemplar o chamado «leitor médio», cuja existência está tão atestada como a do unicórnio. ..."

António Guerreiro, na crónica Sem sombra de pecado, revista ípsilon (jornal Público, de hoje).

3 comentários:

  1. Ainda não li, mas já vejo uma daquelas crónicas ressabiadas. É preciso explicar-lhe que, se há quotas, não há leitor médio. Acredito que os conceitos estatísticos ou matemáticos escapam a esse colunista amargurado, mas a existência de quotas é, precisamente, a negação de que há um "médio": as quotas representam a diversidade. E o problema de Guerreiro, que se arroga independente e intelectualmente incorruptível, não é não ser médio ou escrever para o médi, mas o não se entender bem o que é. Ficando pelo Público, o barbas Tavares, o barbas Pacheco ou o barbas Malheiro são tudo menos "médios", e não agradam às mesmas "quotas". Mas são emotivos qb, enquanto Guerreiro (cuja escrita me agrada, mas só de quamdo em quando) é um ser parecido com um réptil, sempre frio, sempre dissimulado, sempre distante, mas venenoso para quem o pisa.
    Parafraseando um amigo meu, ele precisa é de uma espanhola que lhe dê umas palmadas.

    (Tudo isto para me desculpar, mas com estes teclados virtuais apaguei o seu último comentário no Linguado. Se tiver a gentileza de repetir, poderei replicar mordazmente à sua referência à "província"... Hmmpfff...)

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    1. Contra o que é habitual, o meu caro A. C., está a ser pouco isento... Ora vejamos, para o sinistro Tavares, há o reluzente Espada, à segunda-feira, para o tripeiro Pacheco, ao sábado, há o alfacinha Valente que, às sextas, tem o Loff para contraditório; nos dias do bochechudo herdeiro do Lomba (será que continuou no Governo?) há o escanhoado Campos, da Saúde, ou o Malhadeiro. Quer mais? O "Público" honra dignamente o provérbio: "Dividir irmãmente, como cães".
      Em tempo: António Guerreiro terá sido despedido do Espesso com a desculpa de que ele não fazia os mínimos do leitor médio. Está bem...
      (Irei tentar bisar o comentário no seu Blogue, mais logo)

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  2. Não falei nesses porque não têm barba.
    Quanto a Guerreiro, aplica-se uma frase que li não sei onde: temos um texto para ler, mas interpõe-se a pessoa do seu autor.

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