Esta concha marinha que tenho na mão e manuseio entre os meus dedos, e que me oferece um desenvolvimento combinado de temas simples que vão desde a hélice até à espiral, leva-me, por outro lado, a um deslumbramento e a uma atenção que produzem tudo aquilo que podem: reflexões e precisões exteriores, questões ingénuas, comparações "poéticas", imprudentes "teorias" num estado nascente... E sinto o espírito a pressentir vagamente todo um tesouro imbuído de respostas que se esboçam em mim perante uma coisa que me espanta e me interroga...
Paul Valéry, in Variété V (pg. 12).
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