quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Bibliofilia 125


Quando eu pousei sobre a mesa o "Manual Político do Cidadão Portuguez" (2ª edição, 1908), de Trindade Coelho, o telefone tocou. F., o empregado do alfarrabista, atendeu pressuroso e eu continuei a volta pelas estantes da livraria, mas ia ouvindo : "...não, não, só trabalhamos com livros antigos..." Do outro lado, deviam insistir, porque F. continuava, gentilmente, a escusar-se ao telefone.
Terminada a minha volta, trouxe ainda para a mesa as "Notícias Históricas de Lisboa na Época da Restauração" (1971), que estava a bom preço (3 euros), quando F. desligou e rompeu às gargalhadas. De tal modo, que se sentiu na obrigação de me explicar o seu riso desbragado: "Sabe, a senhora queria convencer-me a todo o custo, para vender-me os livros. No seu último argumento, disse-me: são livros modernos, mas dos melhores autores portugueses, como o José Rodrigues dos Santos..."
A minha boca abriu-se, também, num sorriso cúmplice e compreensivo.

2 comentários:

  1. Reconheci a foto...já aí estive e trouxe uns livrinhos! Que vontade de lá voltar!

    A história é engraçada...

    Boa noite:)

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    1. É a minha referência, nesta matéria..:-)
      Mas é preciso lá ir com frequência, porque é um alfarrabista que não têm fundos, mas, em contrapartida, tem quase sempre novidades.
      Boa noite!

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