terça-feira, 27 de outubro de 2015

Desabafo (5)


A antiguidade é, realmente, um posto - como costumava dizer-se na tropa, no tempo em que a frequentei.
O que quer dizer que instala normalidade, ordem, precedências, calma. A chegada ao poder, ou chefia, do partido Trabalhista britânico, do sr. Corbyn, não causou perturbação de maior na velha Álbion, a não ser ao fogoso milionário católico e palestrante sr. Blair (que, recentemente, muito cristão, até pediu desculpa pela invasão do Iraque...).
O velho socialista ortodoxo, Jeremy Corbyn (1949), nem sequer perturbou o sono régio da augusta senhora Isabel II. Mas por cá, e por coisas menores, algumas forças políticas andam desgovernadas, histéricas e descontroladas. Realmente, não há nada como uma velha democracia: é um sossego. Nada a enerva ou perturba. Razão tinham os militares...

8 comentários:

  1. Permita-me que o contradiga - há dois meses, no RU, não se falava de outra coisa, e a calma só voltou quando se convenceu a opinião pública que esta eleição foi um suicídio do Labour, que assim nunca chegará ao poder.
    Mas é verdade que há uma diferença - por ali, os deputados não são a carneirada cujo voto está determinado à partida pelas elites partidárias da capital. E isso, de ninguém duvidar que eles votam como lhes mandarem, é que é o sinal de menoridade democrática.
    Quero ainda contrariá-lo nisto: em Portugal, a "coisa" não é menor. Não se trata de uma eleição interna num partido, mas sim do governo do país, em meu entender contra a vontade da maioria do povo.
    Estou em Singapura, daí que talvez esteja a ver tudo ao contrário - aqui é praticamente hora de jantar...

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    1. Possivelmente, colhemos informação em diferentes orgãos mediáticos ingleses, o que poderá explicar a diferença colhida nas nossas impressões. Que houve surpresa, no facto, sim, mas inquietação não me parece, pelo que li. O que, mais uma vez, demonstra o fleuma britânico.
      Para lá da indigitação do governo PSD-CDS, legítima e normal, inteiramente de acordo, agora, quanto ao teor do discurso do homenzinho de Boliqueime, pareceu-me exorbitar largamente as suas competências e responsabilidades constitucionais. Além disso, foi estúpido, provocando, ao contrário do que ele pretendia, um cerrar de fileiras...
      Quanto a somas aritméticas, não há nada a fazer ou dizer: cada um junta as parcelas que lhe dão jeito, para obter o resultado que quer.
      Votos de boa estadia e negócios por Singapura!

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    2. Hmmm... O de Boliqueime é um Príncipe Maquiavélico. Face à hipótese de alguns deputados socialistas não alinharem na CEU - Coligação das Esquerdas Unidas e viabilizarem um governo PàF, ele não hesitou em provocá-los, unindo-os. Assim, Passos será derrubado, Costa irá governar com o apoio dos seus amigos da onça e a sua queda (e do PS) será rápida e espalhafatosa. E Cavaco será o herói, que avisou e tentou impedir o desastre. A chamada "direita" voltará em breve ao poder.
      Um génio que previu tudo...

      Já estou em Timor-Leste. Singapura foi breve passagem.

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    3. O meu caro A. C. vê as coisas com caridade excessivamente cristâ, como aqueles comentadores que tiram do cavaquinho interpretações e acordes poéticos inimagináveis; não se esqueça que o homem tem apenas o doutoramento económico de uma ronceira e provinciana universidade de York. Embora britânica, mas novinha e fundada em 1961. Reitero que a antiguidade é um Posto (Oxford, Cambridge)...

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    4. E que Lorosae lhe seja propício!

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    5. Timor Plaza Il Comodoro, recomenda-se?

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    6. Agora confundiu-me... Timor Plaza é um centro de negócios/comercial, mas não conheço lá nenhum Il Comodoro. Será Il Pomodoro (que também não conheço?). É certo que há aqui uma estrada de Comoro, na saída de Díli...
      Italiano em Timor, definitivamente: Osteria Italiana Dili. Para o caro, mas bom.

      Quanto ao Presidente, nem insisto que a coisa saia da cabeça dele. Mas tem conselheiros de fina água...

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  2. Do conselho de sábios só conheço um, meia-leca, e de outros tempos.
    Pois talvez fosse a Osteria, que eu nunca fui bom em italiano. E, muito menos, em tetum...

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