Não será inteiramente em conforto, mas de início com estranheza e surpresa incómoda, que ouço a voz do contratenor inglês Alfred Deller (1912-1979), magnífico intérprete, aliás, de canções elizabetinas, nesta versão do poema de Thomas Campion (1567-1620).
Por outro lado, o excerto de Valéry sobre a concha marinha não me deixa indiferente e ressuscita-me memórias diversas do passado, em que tive na mão outras conchas, e admirei fascinado a sua beleza perfeita de nervuras e recônditos espaços resguardados.
A palavra ou a música podem despertar, ou não, reacções humanas íntimas; como podem, também, encontrar observadores opacos, num auditor ou leitor, passivos, que passam por elas, sem as ver. Memória e sensibilidade, pressa ou vagar. Formas de assistir à vida. Diferentes atitudes...
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