quinta-feira, 18 de junho de 2015

As palavras do dia (10)


Enquanto os seres humanos vivem cada vez mais obcecados com a sua longevidade, a duração dos seus objectos de uso, materiais, vai sendo cada vez mais curta e temporariamente reduzida. Cada novo computador que eu ia comprando, era atacado de esclerose cada vez mais cedo: três, dois anos...

Zinovy Zinik (1945), in TLS (nº 5854).


Nota: e não são só os computadores. As lâmpadas vieram à cabeça, os frigoríficos, os rádios, os fogões...Cartelização de marcas e fabricantes, pouco honestos, para se assegurarem de rendas vitalícias para os seus negócios de enriquecimento, à custa dos clientes indefesos.

6 comentários:

  1. Esse é um mito sem sentido, permita-me que o diga assim. Daqueles que agora se chamam "urbanos", e compreende-se porquê: as gentes do campo sempre foram mais poupadinhas.

    Tenho um carro que fez agora dez anos, e vai durar ainda alguns.
    O meu computador pessoal já tem mais de cinco anos, e há de durar. Tenho um frigorífico, uma máquina de lavar roupa e outra de louça, mais o fogão e a caldeira de aquecimento de água, que já estavam na casa que comprei - datam, mais ou menos, de 1998. E, apesar de estar eletronicamente ligado ao mundo, muitos se iriam rir da vetustade (vetustez?) do meu telemóvel.

    Na realidade, o que se degradou não foram os equipamentos, mas os homens, que vivem numa ansiedade permanente de mudar para o último grito da moda. E se aos fabricantes (os cartelizados e os outros) se pode apontar alguma coisa, é que estimulam essa ganância.

    E isso, sim, é bem urbano: um mundo de comunicadores, publicitários e financeiros, lobos com pele de cordeiro, no meio do rebanho ávido de novas experiências sensoriais e de impressionar o vizinho, sendo mais igual do que os outros...

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    1. Claro que há excepções: o nosso carro tem 17 anos, o meu telemóvel vem de Julho de 2009, embora só tenha funções básicas...
      Mas a minha memória de frigoríficos (que contei, aqui no Arpose, a 9/6/11: "O sistema iníquo, cartéis e a lâmpada eléctrica") é exemplar: o 1º (Frigidaire) que, entrou na casa vimaranense, com 33 anos ainda funcionava; o segundo durou 15 anos, o terceiro, 12, o último vai com 9 anos - vamos a ver...
      Não vou em modas, se o aparelho é bom, não mudo, só porque há outro mais moderno e aerodinâmico...
      E não acredito na bondade de todos os fabricantes.

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  2. Curioso este diálogo. Eu também tenho um carro com 12 anos, um telemóvel com uns quatro ou cinco, computador, com uns sete (o único que tive) e a maior parte das máquinas de casa tem mais de 20 anos (excepto alguns pequenos electrodomésticos). Enquanto durarem não mudo nada, mas acredito que estes duraram porque são anteriores a esta crise da ganância de valores de fabricantes e marcas. Tenho cá um palpite que os próximos não vão durar tanto...

    Também não gosto de mudar o que ainda funciona bem, para quê?

    Enfim, são formas de pensar...mas se as minhas coisas me durassem outro tanto, ficava bem feliz!

    Boa noite:)

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    1. O meu princípio até é desportivo: em equipa que ganha, não se mexe..:-)
      Tenho consciência que cuidamos bem do equipamento, cá por casa, e por isso as máquinas duram aquilo que devem durar, naturalmente. Mas no círculo estrito, familiar, dois computadores já deram a alma ao criador..:-), infelizmente.
      Um bom fim-de-semana!

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    2. Ah!Ah!Ah!
      Tive que me rir:)

      Isso que refere também é importante: o cuidado que se tem com os aparelhos também ajuda.

      Um bom dia:)

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    3. Muito obrigado, Isabel!..:-))
      Retribuo, cordialmente.

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