Da prolífica obra de José Daniel Rodrigues da Costa (1757-1832), este "Almocreve de Petas" é, provavelmente, o seu título mais conhecido. Composto de inúmeros capítulos (Partes, lhes chamava o autor) que correspondiam a outros tantos folhetos, que iam saindo regularmente, aparecem hoje (quando raramente aparecem) encadernados em 3 volumes, sempre disputadíssimos quando vão a leilão.
Neles se espelha a prodigiosa imaginação de Rodrigues da Costa, com ressaibos de um quase surrealismo antecipado, em episódios burlescos e pícaros, que têm sempre por motivo casos populares ou figuras típicas das classes mais baixas. Seriam, talvez, esses e a pequena burguesia citadina os mais fiéis leitores de José Daniel. E com esse produto de venda ia o Autor compondo a sua vida, que nunca foi desafogada.
Incompleta, esta segunda edição (1819) de que adquiri, muito recentemente, o 1º e 2º volumes, custou-me 45,00 euros e, para o costume, pode dizer-se que foi bom preço. É obra ligeira, divertida, onde se encontram jogos mirabolantes de palavras e histórias muito pitorescas apropriadas a tempos de férias. Como particularidade: cada capítulo tem por título bairros ou locais lisboetas e dos arredores - Bairro Alto, Bica do çapato, Mouraria, Seixal, Rua Augusta, Chamusca, Carnide, entre muitos outros.
Com textos muito divertidos e diversificados.
ResponderEliminar...E que se lêem com desenfado e muito agrado.
ResponderEliminarBoa noite, MR!