Eram lindos de se ver, na minha infância, os campos de linho à volta de Guimarães, que era talvez o polo português, mais forte, dessa indústria, em Portugal. Mas havia também o seu tratamento, a nível doméstico: rocas, fusos e dobadouras podiam encontrar-se em muitas casas minhotas, fossem elas ricas ou pobres.
Três florescentes casas comerciais vimaranenses recebiam, sobretudo no Verão, famílias estrangeiras e nacionais (Porto, Lisboa...), que lá iam comprar bragais para as filhas casadoiras. Sentavam-se ao balcão, eram-lhes oferecidos leques de papel, para se abanarem por causa do calor, e iam escolhendo os artefactos: lençóis, toalhas de mesa, lenços...
Com o advento das fibras sintécticas para a indústria têxtil, nos anos 60, o linho perdeu importância. Nos anos 90, nenhuma casa comercial vimaranense conseguira sobreviver. E o cultivo do linho entrou em decadência.
A flor azul e o amarelo dos campos de linho deixaram de se ver, à volta de Guimarães. O know how, provavelmente, também se foi perdendo. Mas não foi assim, por toda a Europa. A França, cuja Agricultura a UE prodigamente subsidia, é hoje o primeiro produtor a nível mundial. Os seus campos concentram-se sobretudo na Normandia, região com condições climáticas muito favoráveis. E os seus grandes clientes são a China e a Índia.
Acresce a bondade ecológica do linho: enquanto um hectare de algodão precisa de 25.000 litros de água, para se desenvolver, o linho requere apenas 400 litros. Nós, portugueses, que há cinquenta anos atrás exportávamos linho, hoje, temos que o importar...
Gostava de ver esses campos, não sei como é a flor do linho e vou procurar. Já vi fotografias de campos de algodão e são uma maravilha.
ResponderEliminarEram lindíssimos os campos do linho, Margarida, numa aleluia de cor mas, agora, só de memória visual os consigo lembrar..:-(
ResponderEliminarJá fui ver fotografias na net. Deviam ser mesmo lindos. É uma pena que se percam estas tradições.
ResponderEliminar:) aqui na zona especialmente na Lixa ainda se trabalha muito o linho ... tece-se em tear tradicional mas já não se fia porque já chega de fora fiado...mas as senhoras mais velhas ainda sabem 'as voltas do linho' falta a produção...
ResponderEliminarConfere, Teresa. O último linho que compramos (HMJ e eu), de peça e a metro, foi próximo de Arco do Baúlhe, numa quinta com turismo rural (antiga Quinta de Encanto?) que, na loja de vendas, tem também umas garrafas de acidulado vinho verde, branco...
ResponderEliminarNunca vi um campo de linho.
ResponderEliminarAgora, por cá, vai ser difícil...Talvez, um dia, na Normandia...
ResponderEliminarBom dia!
Nunca vi um campo de linho, mas gosto muito de roupas de linho. E de turismo rural, já agora. :-)
ResponderEliminarPena, Sandra, e cá em Portugal dificilmente conseguirá ver..:-(
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