Houve anos em que as saídas se limitavam a pequenas voltas,
sempre de bicicleta, pelas localidades perto da aldeia de Merkenich, situada a
norte da cidade de Colónia. Lembro-me, sobretudo, das idas à piscina, em
Leverkusen, quando o tempo o permitia.
Partíamos de manhã cedo, as três irmãs, com o farnel para
aguentar o dia. Apanhávamos o barquinho que atravessava o Reno, antes de haver
uma ponte, ligando a aldeia à “cidade da Bayer”, i.e., Leverkusen.
A primeira visita obrigatória era a de cumprimentar o avô.
Depois de se reformar de funcionário da Bayer, o avô resolveu aceitar uma
ocupação que exercia com distinção. Parecia aqueles funcionários dos antigos
Armazéns do Chiado, impecavelmente vestido de fato, camisa branca e gravata.
Ele, nos Armazéns da Bayer, tinha, então, a incumbência de fazer subir e descer
os clientes, sobretudo senhoras, num espaçoso elevador, com um banquinho para
se sentar num recanto. À nossa chegada, aproveitávamos para umas “viagens” no
elevador, objecto que não havia na aldeia. O avô, todo orgulhoso, apresentava-nos
às freguesas, “são minhas netas” – dizia ele. No entanto, ficávamos sempre à
espera de uma oferta especial do avô. Quase sempre, à despedida, ele convidava-nos
a passar, ao fim do dia, para receber o dinheiro correspondente a um gelado a
cada uma. Era só atravessar a rua, entrar na gelataria, que se chamava “Santini”,
se não me engano, e deliciar-nos com um cone e duas bolas de gelado.
Depois era só passar por casa da avó. Por vezes, dava
direito a umas panquecas muito finas, tipo “crêpes”, que ela fazia na
perfeição, com açúcar e canela por cima.
Pequenos prazeres de um dia de férias bem passado.
Post de HMJ, para Isabel que falou de uma piscina
esplêndida.
Não sei andar de bicicleta. :(
ResponderEliminarPara MR:
ResponderEliminarem Colónia, tal como na Flandres, faz parte da instrução primária. No pátio da escola montavam um modelo de estradas, com sinais e polícia sinaleiro (!), e toca a aprender. Agora, e com a falta de prática, já ando com mais insegurança.
Não fazia parte do currículo da congénere (Escola Alemã) de Lisboa. :(
ResponderEliminarPara MR:
ResponderEliminarÉ pena, mas as sete colinas de Lisboa também não convidam muito, a não ser junto ao rio. É passeio que perde :(
Muito obrigada, HMJ, gostei muito de ler estas memórias da sua infância.
ResponderEliminarLembrou-me que aqui em Castelo Branco os primeiros elevadores que apareceram, ficavam num prédio nas traseiras do meu, numa das principais avenidas. Os miúdos ali da zona quando brincavam na rua,à noite, no Verão, se podiam, iam andar nos elevadores, às escondidas. Eu ainda lá fui uma ou duas vezes. Mas não muitas, porque eu não era muito atrevida.
Piscina, nessa altura, não havia, na cidade.
Eram tempos de maior liberdade para as crianças, que brincavam na rua e ao ar livre.
Boa noite :)
Para Isabel:
ResponderEliminarao que parece, e o que me têm contado, Castelo Branco melhorou muito ! E as imagens da piscina que a Isabel publicou demonstram bem um enriquecimento, até estético, da cidade.
Melhorou muitíssimo, nos últimos anos. Tivemos uma boa autarquia, preocupada com a cidade e os cidadãos. Vamos ver com as próximas eleições se há continuidade do trabalho que tem vindo a ser desenvolvido.
EliminarBoa noite!
Para Isabel:
ResponderEliminarOxalá que o trabalho continue no bom caminho.