quinta-feira, 11 de julho de 2013

Osmose (45)


O homem foi enumerando: Monte Athos, as Cartuxas que há por esse mundo, os diversos tons de cinzento, alguns castanhos puros e duros, a sua despensa escura de infância, todos os momentos de espera, em antecâmaras silenciosas e brancas; referiu ainda essas, raras, transformações nocturnas que ocorrem, três ou quatro vezes numa vida e que,  sendo solitárias, são também radicais. De alguma forma, falava do silêncio ou de tudo aquilo que é intransmissível.
Por fim, citando Sartre, rematou: "O inferno são os outros".
Eu estava aturdido e, embora não concordasse inteiramente com ele, fiquei silencioso.

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