Sabe bem, como ontem me aconteceu, rever uma cara amiga, mesmo que tenha sido na RTP2, em entrevista ao "Bairro Alto". Alice Vieira (1943) mantém a vivacidade transbordante e a alegria de viver, que sempre lhe conheci, bem como o sentido solidário de estar com os outros.
Mas deixou também alguns apontamentos pitorescos que me fizeram sorrir. Desde as mutilações "politicamente correctas" que se fizeram, e têm feito, às obras de Enid Blyton (a cerveja de gengibre, que os jovens bebiam, transformada em limonada, para não chocar as almas cristãs e sensíveis), até à tradutora portuguesa que achava que as criancinhas não tomavam banho e, por isso, de tantas em tantas páginas, intercalava um banho, que não existia no livro original - devia ser muito limpa, esta senhora...
E, depois, aquela carta do despedimento do jornal onde escrevia (DN?), em que se desculparam dizendo: que gostariam de ter uma "informação mais aconchegante" (bonito!). Alice não percebeu, na altura, mas poucos dias depois, ao ler um título da primeira página desse jornal (dizia: "Professor badalhoco viola aluna") compreendeu o alcance do "aconchegante".
Não terá sido do Diário Popular?
ResponderEliminarNão é por nada, mas nunca vi um título desses no DN. Pode ser que lá chegue...
Também vi a entrevista. E li o livro sobre a Enid Blyton.
Bom dia!
Simpatizo com a Alice Vieira.
ResponderEliminarTenho alguns dos primeiros livros juvenis que escreveu, incluindo "Rosa, minha irmã Rosa", que ganhou o prémio do Ano Internacional da Criança, e comprei na altura, já lá vão trinta e tal anos. Andava eu a tirar o Magistério Primário e falámos desse livro nas aulas.
Acho uma parvoíce e uma coisa irritante essa ideia de modificarem os livros para os tornarem politicamente correctos. Até porque privam os jovens, que os lêem agora, de conhecer hábitos e pormenores que eram próprios da época em que foram escritos.
Bom dia!
É possível, MR...até porque tenho de concordar que o DN tinha (tem?)normalmente algum equilíbrio, nestas coisas.
ResponderEliminarBom domingo!
Estas coisas, Isabel, mostram a hipocrisia reinante nalgumas cabeças pseudo-moralistas.
ResponderEliminarBom dia!
Sabe bem, sim senhor, ouvir Alice Vieira. Gosto muito dela pelos motivos que referiu: a vivacidade e espontaneidade deliciosas. A última vez que a ouvi foi numa entrevista ao Manuel Luís Goucha e gostei muito. A Alice Vieira e a Matilde Rosa Araújo marcaram a minha infância nos anos 70 e deixaram-me gratas recordações através dos seus livros.
ResponderEliminarA questão dos banhos, para mim, é hilária :-)) A piada de ser criança está na brincadeira, no chegar a casa com o joelho esfolado ou a mão picada nas urtigas, cheia de areia ou com sabor a sal, no rebolar na relva, no trepar às árvores, no cair e voltar a levantar-se, no lambuzar-se nos doces... ou nos figos, como no meu caso...;-)
Bom Domingo!
É pena que se conheça, também, tão pouco da poesia de Alice Vieira que, pela sua fama de contadora de histórias, ficou quase soterrada. A voz dela é muito original, no verso que pratica.
ResponderEliminarVou procurar e ver com atenção, APS. Obrigada pela dica. E também por nos ter falado na entrevista. Hoje já vi um bocadinho e gostei muito. Gosto da forma simples e natural da Alice falar. É uma lufada de ar fresco.
ResponderEliminarFico sempre satisfeito se os postes têm repercussão no gosto dos outros. Porque é sempre bom parilhar.
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