domingo, 14 de julho de 2013

A quadratura do círculo


É sabido que, de início, as habitações dos povos antigos eram circulares e sem ângulos, o que permitia uma visão mais ampla do exterior e, eventualmente, uma melhor defesa. Ainda hoje, entre os povos menos banhados pela civilização, se mantém, com frequência,  essa forma geométrica. Só muito mais tarde, as casas começaram a ser quadradas ou rectangulares e a terem divisões ou salas. Por outro lado, isso permitia, facilmente, acrescentos, quando a família se alargasse.
A circularidade fechada e autista da última perlenga presidencial permitiu ver até que ponto  grande parte dos nossos comentaristas políticos, de pacotilha, se torciam e retorciam para tentar fazer a interpretação dessa comunicação cabalística. Fizeram o pino mental. Algumas tentativas atingiram, em muitos casos, a dimensão do ridículo. Mas o próprio autor, enredado na sua própria teia charadística, teve que vir, um dia depois, clarificar alguns pontos. E até deixar cair essa tal "personalidade de prestígio" (qual deus na Terra!) que propôs, para facilitar o acordo e reconciliação entre os partidos.
É por isso que a minha benevolência, depois de tudo isto, se vai alargando ao trabalho do motor de busca Google, que tem de resolver, num esforço de irracionalidade criativa,  muitas das search words que, alguns cibernautas de cabeça perdida, lhe propõem. Vejamos três das últimas:
- "planta baixa pavarotti magnifico natal rn".
- "muar eviro meo".
- "a dama do lavabo almodovár taxista".
Para o Google habituado que está, aos maiores dislates, a leitura e a interpretação do último discurso presidencial teriam sido facílimas...

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