Um jovem avançado, que já vai acima dos 30 anos, cabriola, em frente à "Brasileira", ao som dum saxofone mal empregue. Adolescentes fardadas, em fatos de treino coloridos e iguais, em roda, fazem exercícios junto à estátua de Camões, onde pombos irrespeitosos dejectam sobre a cabeça laureada do Poeta - como ele diria: "...não há mal que lhe não venha".
Sete ou oito turistas estrangeiros, alguns já de calções, fotografam furiosamente tudo aquilo que não mexe: fachadas, cornijas, estátuas, varandas... Fotografam num frenesi visual impiedoso e histérico (que até um côxo teve que se afastar velozmente, para não ficar na fotografia). Junto ao consulado do Brasil, quatro caboclos oferecem os seus serviços a quem entra. De impressos a pequenas sandes tropicais, embaladas.
Mas o melhor, para mim, ainda estava para vir. Num telejornal roto pela desgraça dos 19% de desemprego, um mini-stro, de fala arrastada, como se tivesse tido um AVC, perora em circuito fechado e redondo sobre os malefícios que nos esperam. Creio que nunca ninguém conseguiu errar tão clamorosamente as previsões a que se propôs. Ele não tem vergonha e, nós, ainda o ouvimos...
O homem vive noutra e a culpa é da realidade que ele teima em continuar a desconhecer. E nós aguentamos, como diz o outro. Até um dia.
ResponderEliminarAté já me apeteceu emigrar, só para não ter que ouvir estes animais...
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