Sabedoria
Aprende a estar só, e a dizer
Adeus, às coisas que se afastam.
Deixa-as ir, supérfluas... Recolhe-te
À pobreza das coisas que te bastam.
Não te apegues à névoa dispensável
Nem ao cómodo torpor do que te é dado.
Mas canta, como um rio que não sabe
Se canta para si ou é escutado...
Estende à beira-nada o teu poema,
Vai cantando sòzinho o que é verdade,
E deixa-te invadir pela bondade
- A sabedoria íntima e suprema.
João Maia, in
Abriu-se a Noite (1954).
Muito bonito.
ResponderEliminarBoa noite!
João Maia é um poeta de plácida e rigorosa harmonia. Era Jesuíta e muito pouco dado a mundanidades. Ainda se lê muito bem, numa linha que chegou até José Tolentino Mendonça.
ResponderEliminarTerá que ser: bom dia, Isabel!
Muito bonito. Não conhecia este poeta. Mais uma coisa que aprendi aqui, no Arpose. :-)
ResponderEliminarÉ sempre um prazer partilhar as coisas de que gosto, Sandra.
ResponderEliminarUm bom resto de semana, para si!
Tenho algumas coisas do José Tolentino de Mendonça e gosto.
ResponderEliminarSerá que há à venda obras de João Maia? Vou procurar, porque gostei.
Obrigada.
Bom dia!
Obrigada, igualmente. :-) A ver se este frio passa.
ResponderEliminarLivros novos, só se for em velhas livrarias com fundos antigos. Mas, em alfarrabistas, a procura será mais frutuosa, com certeza. João Maia publicou 2 livros na colecção de Poesia da Moraes: "Écloga Impossível" (1960) e "Um Halo de Solidão"; na Soc. de Expansão Cultural, também na colecção de Poesia: "Areia e Silêncio" (1972). Fora as obras iniciais: "Abriu-se a noite" (Critério, 1954) e "Verbo do Verbo" (1957). Creio haver também um livro recente (já séc. XXI) impresso em Braga, que reúne grande parte da poesia de João Maia. Boa sorte na procura!
ResponderEliminarEstive a ver no site Wook. Há dois títulos de João Maia, mas estão esgotados. Um deles é uma edição da APPACDM de Braga. Vou tentar pedi-lo para lá.
EliminarVou apontar estes títulos e perguntar na Lumière. Muito obrigada!