Os críticos repetem,
por mim despistados,
que o meu tu é uma instituição.
Sem esta culpa minha saberiam já
que em mim os muitos são apenas um, ainda
que apareçam multiplicados por espelhos. O mal
está sempre no pássaro que, preso nas redes,
não sabe se ele próprio é o único dos seus vários
duplicados.
Eugenio Montale, in Satura (1962-1964).
Nota: não posso deixar de considerar que este pequeno poema de Montale tem o seu quê de pessoano.
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