segunda-feira, 18 de março de 2013

Evocação de M. R. de Pavia, por Sidónio Muralha


Passará amanhã (19 de Março) mais um ano sobre o nascimento de Manuel Ribeiro de Pavia, que ocupou de beleza adolescente muitas capas de livros portugueses, dos anos 40 e 50 do século passado. Sidónio Muralha, no livro "A Caminhada - Livro de Vivências", livro aqui referido, há dias, fala dele com saudade. Assim:
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O querido Manuel Ribeiro de Pavia! Li as páginas comovidas e comoventes com ele na minha frente, no Café Chiado que desenterrei das Pompeias da memória graças a você. Ele dizia-me: «A beleza, Sidónio, é um seixo polido. Alguém o apanha, abre a mão de repente, mostra essa maravilha molhada e lisa e todos descobrem a beleza construída em silêncio, que só tiveram olhos para ver quando alguém a fechou na mão e, de repente, a mostrou». Foi há quanto tempo já? A dedicatória de um dos três desenhos que me ofereceu o Pavia, escrita a lápis, quase desapareceu. Mais de um quarto de século passou, mas eu não esqueço, - seres verdadeiramente verticais, como o Manuel Ribeiro de Pavia, são tão raros que é impossível esquecê-los.
(São Paulo, Julho 1970)

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