segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Civilidade (25)


Este livro de Beatriz Nazareth, editado em 1898, de que já fiz algumas transcrições nesta mesma rubrica, está um pouco desconjuntado, mas é uma fonte inesgotável de informações sobre etiqueta, cortesia e regras de comportamento em sociedade, no séc. XIX. E, em muitos casos, pelo desajuste dos tempos, a sua leitura faz, pelo menos sorrir, ao constatarmos como as coisas se modificaram. Outras, mantiveram o básico das normas, com pequenas alterações. Hoje, vou transcrever o tratamento prescrito para contactar ou se dirigir às pessoas ou autoridades. Assim:
- O Papa deveria ser tratado por Santíssimo Padre ou Vossa Santidade.
- Ao Rei e Rainha, repectivamente, por Senhor e Senhora ou, em carta, por Vossa Magestade.
- Serenissimo Senhor ou Senhora devia ser usado para com os Príncipes, Princesas ou Infantes.
- O Cardeal Patriarca teria direito a Eminentíssimo e Reverendíssimo Senhor.
-Os barões, viscondes, duques e marqueses: Ilmo. Excelentíssimo Senhor.
-Aos Clérigos, por Vossa Reverência.
E Beatriz Nazareth acrescenta: "...Ás senhoras competem os respectivos tratamentos de seus paes, maridos, etc. e sempre Dom: no emtanto é moda dar-se Excellencia a todas, muito particularmente nos bailes e soirées. Aquelle, que infringisse hoje este requintado preceito de urbanidade, passaria por grosseiro e descortez. ..."
Estamos, apesar destas regras, muito longe da sofisticação e rigor do séc XVIII (ou para trás), em que trocar, por exemplo, o tratamento de Vossa Mercê por Vossa Senhoria, era justificação suficiente para um duelo...

3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Hoje é mais " tu cá tu lá ", mesmo quem nos quer vender coisas pelo telefone.

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  3. Tem-se, realmente, nivelado por baixo, o que acaba, não por ser "democrático", mas excessivo...

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