segunda-feira, 19 de novembro de 2012

À beira Reno

O moleskine trazia já algumas notas escritas e antigas, quando o abri. Nomes estranhos, vagos lembretes, que tentei decifrar. Aniversários, mas que ocupavam apenas os primeiros 4 meses de um ano distante. Havia  uma nota com a data de um último dia de trabalho: 3 de Julho. E, também, uma partida (6 de Agosto), bem como um regresso: 31 de Dezembro. Algumas frases de Goethe, Camus e Grass ocupavam toda uma página escrita, numa letra apressada.
Mas havia imensas páginas vazias, no moleskine, e, por isso, eu comecei a escrever:
Na aldeia, a noite cai mais cedo e, a luz amarela à Fassbinder, que ilumina o átrio da casa defronte, parece acompanhar o canto rouco, sinistro, dos corvos que se ouvem ao longe...

7 comentários:

  1. E os amigos, fiéis, passam por aqui, na esperança de encontrarem, como encontraram, palavras do quotidiano.
    Um caderno que passa a ter dois "donos" e palavras que se unem num mesmo espaço... Com épocas distintas... daqui a 500 anos a maior das confusões. Mas assim se faz a História.
    Boas viagens: a sentimental e a física.
    Saudades para [(e parei porque pensei em Miguéis)]

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  2. Quando digo dois "donos" é porque a "alma", isto é, o olhar interior da pessoa que escreveu e agora volta a escrever, entretanto mudou, embora seja um "dono" fisicamente falando.

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  3. É verdade, JAD. Tudo nos conformes: há sol, mas 10 graus, também, na rua. Muito grato pelas suas amigas palavras.

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  4. Esperamos pelo resto da crónica. :)

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  5. Vai ser difícil ser ordenado e sequente, MR, porque há tantas novidades: umas boas, outras más...

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  6. Este comentário foi removido pelo autor.

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