Entre as várias receitas fatalistas que nos foram sendo vendidas, com o tempo, acerca das limitações estruturais de Portugal, está a pequenez territorial. Esses cómicos formatadores mentais esqueciam, propositadamente, a Suiça, o Luxemburgo, a Holanda. E, mais para trás, o poderio que teve, por exemplo, a cidade-república de Veneza. Muito semelhante, hoje em dia, ao peso económico que representa a cidade-estado de Singapura, uma pequena ilha, na peninsula de Malaca. Onde a imaginação dos seus dirigentes e um sentido muito pragmático e realista da legislação permitiram um florescimento notável de bem-estar para todos os seus cidadãos. Do apertado rigor das leis sobre asseio e protecção do ambiente (deitar para o chão um chiclete usado, é severamente punido), até à permissividade vigiada, mas ampla, sobre as transações económico-financeiras, vai um passo de gigante, neste país minúsculo onde, apesar de tudo, a fatia financeira pesa apenas 11%, no PIB.
Singapura, na densidade de ultra-ricos e milionários, é apenas ultrapassada pela Suiça. E goza do estatuto de possuir a nota (10.000 dólares de Singapura, emitida em 1999, ainda em uso) de valor mais alto, em todo o mundo, com um valor equivalente a 6.000,00 euros. O que, como bem se pode imaginar, permite grande facilidade nas migrações financeiras...
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