sexta-feira, 16 de julho de 2010

Juvenília (6)


Poema da Memória


Não envenenem mais
o peso
das coisas sem idade.

Deixem-nas
amorosamente repousadas,
levemente esquecidas,
levemente lembradas

- um lago calmo
de águas densas e paradas.


(1965-2010)

4 comentários:

  1. lindo e verdadeiro.
    Para quando a recolha da Juvenília?

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  2. Obrigado, MR.
    Sobre a sua pergunta,a recolha só faria sentido num conjunto tipo "del rosa al amarillo" (adolescência e velhice). O recuperável dos verdes anos não ultrapassará os dez poemas - o resto é muito datado.E a "água chilra" de agora, pelo meu critério, pelo meu critério, é curta e escassa. Um fiozinho de água no fundo do poço - como dizia o Vergílio Ferreira. Ora, se não houver nada de novo a dizer, o melhor é estar calado do que repetir, por outras palavras, o que já tinha "dito".

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  3. Também gostei do poema. Nem todos os poetas olham com distanciamento para s sua própria poesia.

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