Por vezes, as almas simples apropriam-se de ideias complexas e torcem-nas até ao limite da sua menoridade. Resulta disso uma enormidade provinciana indigesta. Dificilmente comestível. Pior que engolir um sapo enjoativo. Só resta o contraditório...Ou legislar: é proibido, aos menores de 18 anos mentais, ler ou citar E. M. Cioran. (Desculpem este "snobismo" de que, aliás, falei há dias.) Dito isto, recomeço. A 15 de Julho de 1963, Cioran no seu diário (Cahiers, 1957-1972) escreveu:
"Todos aqueles que vão no sentido da vida possuem uma infinita capacidade de esquecimento; também os que não podem esquecer, os ansiosos, os elegíacos, deslizam, forçosamente, para o lado da morte.
Quem não encontrou o céu cá em baixo
não o encontrará lá em cima.
(E. Dickinson)
O céu é a recompensa daqueles que o encontraram já cá em baixo. Eu sonho com um sistema filosófico baseado nestas fórmulas resumidas, à Emily Dickinson."
Infelizmente tenho andado «afundado» em trabalho, sem tempo para alimentar o espírito. Passo por aqui de fugida, só mesmo para matar as saudades, e nem me atrevo a deixar rasto, por impossibilidade de pensar bem antes de escrever... :-)
ResponderEliminarAgradeço, na mesma, as suas passagens, c. a.,mesmo que sejam tão discretas como as do "homem invisível"...:-)
ResponderEliminarCompreendido.
ResponderEliminarQuando «Não diz a bota com a perdigota»... :)
Pois é, MR, eu bem me remordo, mas não consigo calar-me...
ResponderEliminarEstes dois versos de Emily Dickinson - "Quem não encontrou o céu cá em baixo / não o encontrará lá em cima." - são geniais.
ResponderEliminarTambém penso que são de antologia, Miss Tolstoi.
ResponderEliminarSaúdo, com agrado estético, o seu novo visual.
Obrigada! :)
ResponderEliminarÉ assim, nós não sabemos...mas ela sabia...
ResponderEliminarÉ das vezes em que "vate" tem o sentido alargado...
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