quarta-feira, 21 de julho de 2010

Cancioneiro Geral (VIII) : João Fogaça



Cantiga sua que fez por Duarte Lemos a uma mulher que perguntava como poderia dormir com sua mulher, sendo tão grande.

Se em pé, se, quando jazo
quereis, senhora, saber
como posso ou como faço,
eu vo-lo quero dizer.

S'ela jaz de pap'arriba,
ambos ficamos iguais,
nem cuideis, se o cuidais,
que, se m'ela não derriba,
que sejamos desiguais.

Se em pé, me faço anão
e de ilharga atravessado,
tão junto, tão aconchegado
que não ponho pé no chão.

E também sou tão humano
e levo tamanho gosto
que por lhe ver bem o rosto
faço de mim pelicano.
Ela também de seu cabo
faz muitas galanterias
e fala mil aravias
que vos eu aqui não gabo,
e assim acabo.

Notas: 1. Procedi a algumas actualizações ortográficas.
2. Não percebi, totalmente, todos os "passes" de ginástica.

8 comentários:

  1. Ainda bem que não fui só eu a não perceber,c.a..

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  2. Fico contente que tenha gostado, Miss Tolstoi.

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  3. Val mais não colocar a colher, ou garfo... posso andar a fazer ginástica a mais. :)))))

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  4. O problema é a coluna,sobretudo, depois e a partir de certa idade...

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  5. Só agora reparei que me falhou o dedo na letra "e" de Vale... desculpem...

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