De Simão da Silveira à Senhora Joana de Mendonça sobre uma ave que lhe lançou duma janela
Em vossa ave tomando,
lhe senti no coração
que vos quer morrer na mão
antes que viver voando.
Isto vem de conhecer-vos,
de que todo o mal se ordena,
uns se depenam por ver-vos,
outros veem-vos com pena.
Está-se toda matando,
queria por salvação
ir morrer na vossa mão
antes que viver voando.
P.S.: procedi a pequenas alterações pontuais.
Correndo o risco de escrever um disparate, a verdade é que este poema deixou-me, de certa forma, com «mixed feelings»: é belíssimo (e o quadro que escolheu reforça - e de que maneira! - a beleza do poema) mas parece-me que lhe faltou ali um ligeiríssimo golpe de asa para subir ainda mais alto. Deixa-me uma vaga sensação de «incompletude», de ligeiríssima imperfeição, como uma brevíssima nota ainda fora do tom, a precisar de uma pequena afinação. E é pena, porque é tão belo... Estou errado?
ResponderEliminarEsta Senhora Joana de Mendonça seria parente da Ana de Mendonça, mãe de D. Jorge de Lencastre (filho bastardo de D. João II)? Esqueci-me de perguntar, também, de quem é o quadro... [Hoje estou um chato... :-)]
ResponderEliminarCom a franqueza que c. a. merece, concordo. Falta um rasgo de ousadia ao poema.E emendei,sem pedir autorização,um verso "côxo"... Não sei se a Senhora seria parente da mãe de D. Jorge.O "Cancioneiro Geral" precisava de uma edição anotada, que não tem... A imagem é do Museu Nacional da Idade Média (Cluny),em Paris.
ResponderEliminarDe uma tapeçaria, provavelmente - nunca lá estive. Têm lá imagens da "Dama com o Unicórnio" lindíssimas.
Por acaso, quando vi para esta imagem lembrei-me da «Dama do Unicórnio».
ResponderEliminarQue é uma criação medieval (?),MR,imensamente sugestiva.
ResponderEliminarMuseu de Cluny: a não perder!
ResponderEliminarTapeçarias
http://www.musee-moyenage.fr/pages/page_id18023_u1l2.htm
Obrigado, JP.
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