quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Recuperado de um moleskine (17)



A ausência de interesses secundários, ou hobbies, é fatal para a velhice. O horizonte reduz-se ao espaço corporal e ao olhar, quando vê ou observa, do horizonte contíguo, ou mais próximo. Há, talvez, uma letargia, ou hibernação que vai alastrando com o desinteresse mundano. Não há muito a fazer, porque o despertar é, apenas e quase sempre, para necessidades imediatas, momentâneas. O monossílabo acaba por ser a palavra de ordem, num resumo de tudo, mesmo que a vida tenha sido pujante de movimento, intensa, interessante de contrastes. E rica, na sua humanidade inteira, passada.

6 comentários:

  1. O pensamento mante-se jovem, o problema é o corpo, que não acompanha, como dizia Agustina Bessa Luís “ O espirito jovem é muito bonito, mas não sobe escadas”.

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    1. É uma frase lapidar, a da Agustina, e ironicamente real. Mas também nem sempre o espírito, em equilíbrio, acompanha um longa idade...

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  2. Acredito que quem tem interesses e os tais hobbies, pode manter-se mais activo e mais jovem, daí que concordo com a primeira frase. Há, de vez em quando, excelentes exemplos que nos chegam e que o comprovam. Eu tenho um em casa : a minha mãe com 89 anos tem mais energia que eu e nunca está parada. Tem boa cabeça e interessa-se por várias coisas, apesar de ser uma pessoa que mal sabe ler.

    Quando as pessoas não têm interesses, nem actividades envelhecem mais depressa.

    Boa noite:)

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    1. Julgo que o tédio sobrevive em qualquer idade, ciclicamente, e uma forma de o combater é termos vários interesses, despertos. Quanto à sanidade mental e à energia físca, é tudo uma questão de sorte e acaso, parece-me.
      Bom dia, Isabel!

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  3. Tb gosto da frase de Agustina.
    Tenho lido que quem tem uma vida ativa (mental) é bom contra o alzheimer (embora se conheçam vários casos de pessoas ativas que foram vítimas dessa doença.
    E parece que ajuda a pessoa não ter uma vida sedentária (mas isto em todas as idades). :)
    Bom dia a todos.

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    1. Um dos vários casos tristes (como também Eugénio e Óscar Lopes, o foram) em que o aumento do tempo de vida, não representa qualidade de vida, como os "simples" teimam em insistir..:-)
      Bom dia, MR!

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