quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Os tempos do Tempo


A tendência, a partir de determinada altura da vida, é para pensar que já temos pouco tempo, à nossa frente, para tudo aquilo que gostaríamos de fazer.
Mas, em capítulos mais pequenos, pode também acontecer o contrário: sentirmos que temos tempo a mais, sem ocupação definida e para gastarmos, e não sabermos como o utilizar.
Aqui há muitos anos atrás, presidia à República o general Eanes, o primeiro-ministro indigitado Alfredo Nobre da Costa (1923-1996), que era um homem muito pontual e que ia tomar posse a Belém, verificou, já em andamento automóvel, de que iria chegar muito antes da hora marcada, quebrando assim, de algum modo, o protocolo e a etiqueta ortodoxa. Mandou, por isso, parar a caravana-automóvel, em Monsanto, para fazer um compasso de espera. Desentorpeceram as pernas, fumaram uns cigarros e continuaram, pouco depois; chegando ao Palácio de Belém à hora aprazada e conveniente.
Ontem, aconteceu-me algo de semelhante, mas muito mais comezinho, até porque não ia tomar posse, nem para Belém - sobrava-me hora e meia de tempo, até um encontro-compromisso. Por isso, optei por um café, no Square Café, e li o jornal de ponta a ponta. Além de ter feito as palavras cruzadas e os 2 sudoku... Cheguei em tempo protocolar.

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