sexta-feira, 13 de novembro de 2015

As palavras do dia (14)


Na sua habitual crónica (Estação Meteorológica) das sextas-feiras, na ípsilon (jornal Público), António Guerreiro tece, hoje, algumas considerações curiosas sobre "os suspeitos do costume" que, na sua vacuidade barroca e incontinente, vão formatando a mentalidade pequenina da mainstream maioritária. Que se vai, assim, ocupando com as raspadinhas, as revistas róseas e uma ideologia da treta, inofensiva e estandardizada, numa babel ordenada de todos os dias. O chamado pensamento único.
Desta crónica, destaquei 3 excertos, porque me pareceram mais significativos:
"...Fixando-nos em latitudes muito portuguesas, podemos hoje perceber que há uma preocupante hegemonia de uma subcultura e de tudo o que opera no sentido do abaixamento e da degradação. (...) Ou seja, são os escritores subalternos, os animadores da televisão e os profissionais da idiotice impressa ou teledifundida, munidos de um vasto arsenal de instrumentos, que se tornaram os grandes mediadores. (...) Os media gostam é de sociólogos espontâneos, de atrevidos repórteres sociais ou de quem faz sociologia para uso jornalístico. E assim se escancaram as portas aos «grandes redutores». Mas, mais do que uma retracção forçada, existe mesmo por parte destas elites uma tendência para entrar na tagarelice e fazer o seu jogo. Há de facto demasiada mistura e indistinção entre a alta cultura e esta subcultura produzida ou induzida pelos media, de tal modo que deixámos de saber quem legitima quem e a que campo pertencem certos protagonistas. ..."

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