segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Quem se lembra, hoje, de Herberto Helder?


" Os inocentes são por assim dizer as musas dos criminosos. Mas há poucos inocentes, não conheço nenhum, e não se busque sobretudo entre crianças: as crianças são monstruosas, eu sei, fui criança muito tempo, e o meu talento era monstruoso, o talento visívelmente simples de respirar, mexer-se, propor uma palavra, uma frase, interpretar as coisas segundo a lei inspirada. A inocência é a tarefa de uma vida e essa vida deve ser então redonda, completa. Não sei de vidas completas. ..."

Herberto Helder (23/11/30 - 23/3/2015), in Telhados de Vidro (nº 4 - Maio 2005).

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