Antes da criação do Mundo, era o silêncio e não o verbo. Deus deve, verdadeiramente, saber o que é isso. E a culpa do ruído é dele, talvez por necessidade de um contraditório. Ou porque se aborrecia imenso...
A Natureza fala por si, discretamente e sem estridências, mas nós, redundantes seres humanos, temos, quase sempre, a veleidade de lhe acrescentar qualquer coisa, de inútil - não resistimos a discretear sobre ela. Pouco acrescentando - diga-se de passagem.
Este ano, haverá por certo bom queijo de Azeitão, que os pastos verdes vão pródigos e grandes, em volta da Vila Fresca e Vila Nogueira, por onde andou, na simpreza dos seus últimos anos, o Zeca Afonso. Lembrei-me dele, quando por lá passei, e imaginei o quanto ele gostaria de ter vivido estes dias de agora, tão ricos e interessantes.
Estendem-se as ervas verdes tenras, por baixo dos olivais, vinhedos e pinhais, até muito perto de começarmos a subir para a Arrábida. Até aí, as ovelhas retouçam, felizes. Depois, é só vegetação rasteira, arbustiva e densa, pelas escarpas roqueiras. O mar limpo faz a sua aparição, no horizonte, e começa o seu duelo com o azul do céu. Assistimos, em silêncio, ao que parece um milagre.
Magnífico Microclimas! (Re)visitei a música que tanto gosto, de Zeca Afonso, a conversa que tive com uma colega, sobre um concerto do mesmo, ao qual ela assistiu, eu nasci nesse mesmo ano...salivei pelo queijo e pelas paisagens, tudo cheio de sabor, e até de cheiros! Como é hábito...
ResponderEliminarIsabel
Muito obrigado.
EliminarHá sempre mais entusiasmo e verdade, quando se fala daquilo de que se gosta..:-)
Agradeço a sua visita, Isabel A..