quinta-feira, 5 de novembro de 2015

A par e passo 151


A Literatura propõe-se, à partida, como uma via de desenvolvimento dos nossos poderes de invenção e excitação, na maior liberdade, uma vez que ela tem por substância e por agente a palavra, desligada de todo o seu peso de utilidade imediata, e subordinada a todas as ficções e a todas as satisfações imagináveis. Mas a condição de agir sobre um público indistinto vem, de seguida, perturbar este belo propósito.

Paul Valéry, in Variété V (pg. 81).

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