quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Abusos


É certo que ninguém está livre de lhe usurparem o nome, ou de se apropriarem dele, de forma soez, mas comigo tem sido demais, embora eu o ache banal e pouco impressivo e, talvez por isso mesmo, goste dele, como coisa própria, identificativa e muito pessoal. Mas é melhor eu dizer ao que venho. Primeiro, foi o Pessoa que me usou o primeiro nome e último apelido, para um heterónimo insignificante e de obra breve e curta. Depois, veio o Vergílio Ferreira que, sem me dar cavaco, me meteu num romance (Aparição, 1959), como protagonista. Há uns anos (1979), ainda, Cardoso Pires enfiou-me à força num conto (de O Burro em pé), sem me pedir licença - fiquei fulo!...
Mas o pior ainda está para vir, e vou, nitidamente, baixar de categoria literária. Tive hoje notícia que uma senhora light da literatura (?) portuguesa, que eu não conheço de lado nenhum, se prepara para lançar um romance, em Dezembro próximo, em que eu apareço, nominalmente, como lorde Marçal (eu que até sou republicano!), e que ao meu último apelido acrescentou, pomposamente, de Mello (com 2 eles), imaginem!!! Não fora a idade e o gosto que tenho em me chamar como chamo, eu ia era crismar-me.

2 comentários:

  1. Respostas
    1. Veja lá o desaforo, MR!!!
      E parece que é uma "saga", que este é o segundo volume...
      Que mais me irá acontecer?!

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