quarta-feira, 4 de novembro de 2015

As inefáveis felicidades


É certo que eu não sou versado em Economia e pouco sei de Finanças, mas confesso que dei tratos de polé à moleirinha para descortinar ou tentar imaginar o que seria este doutoramento "em Economia da Felicidade", que este cronista do jornal Público, de ontem (3/11/2015), ostenta, garbosamente.
Talvez haja por aí, no mundo, uma Faculdade Celestial, que eu desconheça.

9 comentários:

  1. Gabriel Leite Mota é licenciado e doutorado em economia e gestão pela Faculdade de Economia do Porto, e em fase de pós-doutoramento na Universidade do Minho. A tese de doutoramento foi defendida perante académicos como António Almodovar (UPorto); Paulo Trigo Pereira (ULisboa); António Brandão (UPorto); José Reis (UCoimbra); e José Varejão (UPorto). Tem, portanto, um diploma a sério, validado por gente séria.

    Quanto à Economia da Felicidade, é assumidamente uma designação provocatória para um corrente teórica e de pensamento nas Ciências Económicas que vem já dos anos setenta, embora em Portugal tenha alguma resistência devido a uma sociedade muito conservadora, que só pensa a vida em termos de PIB e défice. Chamam-lhe, por vezes, welfare economics, ou happiness economics, e procura uma abordagem alternativa aos modelos de desenvolvimento no mundo. Infelizmente, não consegue ser a visão dominante: o PIB continua a ser a medida preferida, mesmo que um PIB elevado disfarce desigualdades inaceitáveis e esconda a miséria de milhões.

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    1. Não duvido dos nomes, nem das sumidades, e agradeço-lhe as informações, que eu ignorava de todo.
      Mas o Norte, às vezes, tem destas coisas, desde o Adolfo Luxúria Canibal (Braga), até ao "Vamos todos acordar com uma pérola no cu" (Porto). O que não deixa de ser provinciano, "pour èpater le Bourgeois". Revelando também uma promiscuidade lexical desnecessária, contraproducente e novo-rica. Uma pouco, e perdoe-se-me a metáfora associativa, como: "gastar para além das nossas posses". A modéstia nunca fez mal a ninguém e a genialidade nunca precisou de adjectivos, para se adornar, por isso, continuo a achar "essa economia da felicidade" um enorme disparate. Ou, quem sabe?, um isco para os adolescentes, na sua irreverência natural, se inscreverem aos magotes, nessa "Faculdade Celestial".
      Um pouco antecipadamente, os meus votos de um bom fim-de-semana!

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    2. O que diz é verdade. Contamina-se, muitas vezes, aquilo que é sério com a linguagem dos marqueteiros, em busca de maiores «audiências». Eu só queria dizer que, pondo de parte o rótulo, esta corrente de pensamento económico me parece a que melhor serviria os interesses da Humanidade. E nem conheço o senhor articulista, mas também, quando li o artigo, fui saber quem era, e surpreendeu-me.

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    3. No que respeita ao fim-de-semana, aqui em Díli chegará primeiro, pois já são 18h12 da tarde de quinta-feira. Mas ainda falta a sexta...

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  2. Na verdade, e como decerto percebeu, não ponho em causa a matéria que será dada e não conheço, mas a nomenclatura que a denomina.
    Já um estimado cidadão do Porto dizia que, provinciano, é aquele que copia. E nós, portugueses, somos muito dados a correr atrás das modas que vem de fora.
    Tinha, realmente, uma ideia que o seu fim-de-semana, aí, começaria mais cedo.

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  3. Nada como "ouvir" uma boa discussão para ficar esclarecida!

    Boa noite:)

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    1. O contraditório, quando em termos democráticos, é sempre saudável. E, muitas vezes, esclarecedor.
      Uma boa noite!

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