quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Filatelia XCVII


A Companhia do Nyassa, bem como a Companhia de Moçambique, foram criadas na última década do século XIX, com o objectivo de desenvolverem, na colónia de Moçambique, progressivamente as áreas sob a sua supervisão administrativa. Eram empresas privadas, creio que de origem inglesa, e tinham o direito de cobrar impostos e até de emitir selos de correio, que seriam usados apenas nessas áreas concessionadas pelo Estado Português. Tiveram uma existência de cerca de 30 anos.
A Companhia do Nyassa ocupava uma área considerável, a norte do rio Lúrio. E os primeiros selos a circularem foram os da própria colónia, mas com a sobrecarga: Companhia do Nyassa. Mais tarde (1901) sairam as primeiras estampilhas próprias que foram gravadas pela Waterlow & Sons (Londres) e que tinham, no canto superior esquerdo, a efígie do rei D. Carlos. Pouco tempo depois, terão aparecido à venda, em Paris, alguns exemplares de algumas taxas com o centro invertido. Sendo a Waterlow & Sons uma reputada firma impressora, que também trabalhava para os correios ingleses, onde raramente apareciam imperfeições no seu trabalho final, os erros causaram certa surpresa nos filatelistas da época.
Aventa-se a hipótese de algumas folhas de refugo terem sido adquiridas, clandestinamente, por Jacques Wortman - que as vendia em França - a algum funcionário menos escrupuloso da Waterlow & Sons.
São esses 4 selos, com o centro invertido, bem como os correspondentes, perfeitos, que deixo em imagem. A preços de catálogo, estes selos com erros valem cerca de 10 vezes mais do que os originais, com a impressão correcta.

2 comentários:

  1. E esses com as taxas invertidas são raros?

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    1. Pelo menos, não são frequentes. Estes, que tenho, vieram da Inglaterra.

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