quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Palavras passadas... mas presentes


"... A verdade é que tenho andado à procura de melhor do que «O Delfim» e não encontro. O facto é que Mestre Aquilino mete num chinelo 90% do que por aí se publica. O facto é que se lê «A Sibila» e não nos apetece mais nada. Tentem ler José Luis Peixoto depois de lerem Camilo. Valter Hugo Mãe depois de Nuno de Bragança. Afonso Reis Cabral depois de Fernando Assis Pacheco. Nuno Camarneiro depois de Dinis Machado (indo mais longe, deixem-me que vos diga que Michael Cunningham é uma chatice, sobretudo depois de Updike). Eu envelheço, a ficção portuguesa infantiliza-se. ..."

Ana Cristina Leonardo, in Atual (Jornal Expresso, de 6/12/14).

10 comentários:

  1. Infelizmente, a crítica literária no Portugal de hoje também é o que é...

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    1. Desde a "correia de transmissâo", que é a revista "Ler", até à indigência dos recenseadores-publicistas do "Atual", tirante Mexia (às vezes...) e esta Senhora, quando resolve falar a sério, o panorama é, na verdade, confrangedor. Salvam-se alguns recenseadores da "ípsilon" (Guerreiro, Riço Direitinho, Pires Cabral...).

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  2. Gosto do que esta Ana Cristina Leonardo escreve. E tem razão. Só A Sibila é que..., mas o defeito é meu: não gosto da Agustina.
    Não conheço Afonso Reis Cabral nem Nuno Camarneiro, mas, pelos vistos, não perco nada.
    Bom dia!

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    1. Para MR:
      está em boa companhia, também não gosto de Agustina. O seu olhar sobre as mulheres - provinciano com laivos de "grande senhora" - é um atentado ao bom gosto. Para não falar de exemplos actuais que também nada devem ao sentido estético.

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  3. É uma pena o Riço Direitinho ter deixado de escrever romances. Gostei muito do Breviário das más inclinações e de A casa do fim.

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    1. Eu acho que esta Senhora tem uma lucidez notável, muito embora utilize, quase sempre, um registo anarca... o que não deixa de ser singular e destoe do tom anacrónico-conservador, quase totalitário, do "Expresso".

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    2. Por isso deixei de comprar o Expresso. Não há pachorra!... Às vezes folhei-o, em 2.ª mão. :)

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  4. Afinal, ontem ao entrar numa livraria, vi que o Afonso Reis Cabral é o descendente do Eça. Não li o livro.

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    1. Deste último jovem escritor, eu sabia...
      Do "Expresso", um Amigo cede-me, depois de ler, o "Atual" - e chega-me...

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