quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

De John Donne, as palavras eternas


Considerado o maior poeta inglês, dos chamados "metafísicos", John Donne (1573?-1631) é sobretudo conhecido pelo que muitos julgam ser um poema, que começa assim: "No man is an island..." Clérigo, de exercício, essas suas palavras, no entanto, são apenas o terceiro parágrafo (em prosa) da chamada Meditation XVII. Já no século XX, foram glosadas por Hemingway, em título de livro famoso - For whom the bell tolls.
Respeitando a tradição, aqui tentamos uma versão livre, em verso português, das suas perenes palavras:

Nenhum homem é ilha,
inteiro em si mesmo.
Cada um faz parte do continente,
pequena parte de um todo.
Se um pouco da terra for banhada pelo mar,
a Europa não o será menos.
Como tudo aquilo que é teu
será também do teu amigo.
A morte de um único homem
diminui-me, porque estou ligado
a toda a humanidade.
Por isso, não mandes perguntar
por quem o sino dobra,
que ele, também, dobra por ti.

6 comentários:

  1. Bom modo de terminar o ano.
    Feliz Ano Novo!

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    1. Estou consigo: achei que devia ser o último poste deste ano..:-)
      Os melhores votos para o seu 2015!

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  2. Também acho que terminou o ano com chave de ouro. Estranhamente, não reconheço este nome, nem sequer das longínquas aulas de lit. inglesa. E é contemporâneo de Shakespeare! Já as palavras são bem conhecidas, as que iniciam e terminam esta meditação, talvez porque outros, como Hemingway, pegaram nelas e as trouxeram até nós.
    Bom 2015!

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    1. Também não o estudei, na Faculdade. Não fora T. S. Eliot, que o refere muito, e eu saberia pouco sobre J. Donne.
      Muito obrigado. Retribuo, cordialmente!

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  3. Gostei muito desta sua versão!
    Boa noite!

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    1. Fico contente. Muito obrigado.
      Retribuo os votos de boa noite.

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