quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Palavras, leva-as o vento...


Como em todas as artes (e ofícios) haverá sempre os criadores, os que propagam e divulgam, os copiadores e, também, os destruidores.
Li, algures, que as energias renováveis terão sido responsáveis, no passado mês de Outubro, por cerca de 60% da energia produzida em Portugal - é obra!
Nos empreendimentos importantes há, também e sempre, um pioneiro, um visionário utópico que engendra uma estratégia, ou um inventor. Que eu saiba, só o telefone teve dois criadores simultâneos: Alexander Graham Bell e Antonio Maucci, embora o primeiro tenha colhido os louros. Depois, tudo foi evoluindo. Como as palavras...
O vocábulo narrativa teve, até há bem pouco tempo, um significado meramente literário. Recentemente, no entanto, começou também a ter um sentido político. E, esta semana, graças a alguns deputados e a uma comissão parlamentar, adquiriu foros de financês... Soma e segue.

7 comentários:

  1. É verdade, esse número, devido à energia eólica e às barragens. A primeira muito deve aos negócios do Estado com o BES e afins: para construir o parque eólico português, e também o solar (que pesa pouco), mais as novas barragens oferecidas à EDP e Iberdrola, temos uma fatura energética agravada em 25% - proporção que crescerá no futuro. Quem tem dinheiro tem tudo!
    Ainda assim, estamos abaixo da Alemanha da senhora Merkel, onde 75% da energia consumida em 2014 provém de fontes renováveis. Curiosamente, a energia solar tem ali muito maior peso de que no nosso sombrio país.

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    1. Para Artur Costa:
      Repondo eu no que se refere à política da Senhora Merkel. Relativamente ao sector energético, parece-me que muito pouco está resolvido na Alemanha sobre esse assunto, atendendo a informações muito díspares e de acordo com a cor política dos jornais que falam sobre o assunto. Há poucos que informam objectiva e seriamente. No que se refere à percentagem de 75% de renováveis, sucede que nunca encontrei semelhante informação. Deve ser o sonho da "senhora dos casacos tipo".

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    2. A informação não é díspar. A Alemanha assumiu como objetivo político encerrar as suas centrais nucleares e aproximar-se, em 2050, de uma produção de energia a partir de fontes renováveis na ordem dos 80%.
      Tem razão neste aspeto, o valor de 75% não é, ainda, um valor médio ou acumulado: é um valor recorde, que mostra que estão no bom caminho. Há poucas notícias em Portugal, porque nos custa um pouco assumir que não lideramos o processo, apesar do discurso oficial. Mas no resto do mundo a coisa é muito comentada. http://thinkprogress.org/climate/2014/05/13/3436923/germany-energy-records/
      Claro que a boa notícia tem o seu lado negro: entre a festa socrática e a da senhora chanceler federal não há diferença: os contribuintes é que estão a pagar.

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  2. Para Artur Costa:
    As informações díspares dependem, de facto, da orientação política das fontes. Leia-se, a este propósito, um artigo claro no DIE ZEIT, de hoje, com o título sugestivo, traduzido: "O Engano Sujo". O jornalista remete para duas fontes: AGORA Energiewende e também ENERGY-CHARTS.de [em inlgês] que desmentem, claramente, os 75% dos renováveis e demonstram o peso dos "poluentes".

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    1. O artigo é interessante - claro que eu não sei alemão e meti no tradutor do Google - e refere-se a uma questão que não é exatamente esta, mas os efeitos perversos da aposta colossal e sem um grau de conhecimento suficiente nas ditas renováveis. Neste caso, a questão das emissões de CO2, já que não há ainda capacidade de armazenar a energia dos ventos ou solar e são necessárias centrais tradicionais para colmatar os períodos de maior procura ou de produção renovável insuficiente. Ora o que acontece é que na Alemanha foram fechando as centrais a gás e mantiveram as de carvão, o que dá mais emissões.
      Mas o caminho é aquele, para quem acredita nestas políticas, e a Alemanha, como Portugal, vai continuar a trilhá-lo. Eu situo-me noutro quadrante. Acho que o futuro está na diminuição dos consumos e sou defensor da energia nuclear - com tecnologias mais seguras e de maior rendimento, que já existem. Fico sempre um pouco marginalizado nestas discussões...
      Quanto aos 75%, foram dados oficiais, embora em situação pontual. Mas significam que a meta que definiram é atingível. Mesmo que isso não represente o desaparecimento das tecnologias "sujas", as quais, apesar de tudo, têm vantagens. Respondem rapidamente e quando é necessário, não quando está sol. E o carvão, por exemplo, existe em todo o mundo - evita os monopólios e o poder excessivo dos que têm a faca e o queijo na mão...

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  3. Por cá pararam com a colocação de mais 'moinhos' destes porque esta energia saía muito cara. :(
    E li há uns anos que Portugal exportava muita maquinaria desta. Não sei se o continua a fazer.
    Bom dia!

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    1. Por via de interesses e "lobbies" muito diversos, há muitas manobras de contra-informação. Até o perdigoteiro Mira Amaral , do Bic santíssimo, escreveu um artigo a dizer que só se aproveitava 25% do vento que, em Portugal, era muito irregular. Ora a Dinamarca...
      Boa tarde!

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