terça-feira, 23 de abril de 2013

Vestir os Livros


Exibicionistas ou paupérrimas, berrantes ou banalíssimas, de uma indigência estética enorme, as capas dos livros portugueses perderam toda a beleza que os revestiu, quase sempre, no século XX. De Alberto de Souza a Sebastião Rodrigues, do clássico Bernardo Marques ao inovador Victor Palla, os nossos livros eram revestidos de capas lindíssimas e atraentes. Por onde andarão os grafistas e capistas portugueses de qualidade, hoje em dia? Creio que se poderão contar pelos dedos de uma mão, com boa vontade, os herdeiros dos magníficos antepassados, porque não lhes merecem o nome de sucessores...
Neste Dia Internacional do Livro e dos Direitos de Autor, foi este o tema que escolhi para o celebrar. Reproduzindo, com desenhos de Bernardo Marques, as capas de 4 dos primeiros volumes da original colecção Miniatura, da Editora Livros do Brasil, que ainda hoje dá gosto manusear. Porque foram lindamente vestidos, com creatividade e beleza.

10 comentários:

  1. Tem toda a razão APS ! Nem as novas tecnologias à disposição lhes estimulam a criatividade.

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  2. E esta miséria também deve ter razões de poupança economicista, como muitas vezes a revisão descuidada...Parece que anda tudo a ajudar, LB.

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  3. Há bons gráficos como José Brandão, Henrique Cayatte, Jorge Silva,...
    Acho que nos livros para crianças avançámos imenso. Temos hoje muitos bons ilustradores.

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  4. O que acho mais preocupante é que hoje qualquer pessoa faz um livro, sem o mínimo de regras tipográficas. Há por aí cada aborto de livro: sem páginas em branco, sem anterrosto, sem margens, etc.

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  5. Foi uma ótima maneira de assinalar o dia, caro APS, lembrando artistas que vão ficando esquecidos.
    Convivi com estas capas desde miúda e agora através delas fez-me lembrar outra coleção da editora Livros do Brasil, a Colecção Vampiro, com belíssimas capas de Lima de Freitas e de Cândido Costa Pinto, entre outros.

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  6. O problema, MR, parece-me que tem várias dimensões. Primeiro, as editoras, em seguida os autores (que, normalmente, desacompanham a edição da sua obra, uma vez feito o texto), no final, a má preparação e qualidade dos gráficos.
    Há, quanto a mim, raríssimas excepções, e até a "oficina" Cayatte, nos últimos tempos, tem feito cedências à facilidade, e a trabalhar pior.
    Não é um problema português, apenas, lá fora, as coisas também têm piorado. Mas, creio que, não tanto...

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  7. Obrigado, Maria. E tive muitas omissões (Stuart Carvalhais, por exemplo, ou Pomar, quando ilustrava um amigo) e tantos outros. Hoje são raros o que se fazem notar e de quem fixámos o nome.
    A "Vampiro" era um primor, bem como a "Argonauta" de que Lima de Freitas, creio, também fez capas muito interessantes. Mas mesmo a Bertrand, na sua sobriedade linear (Aquilino, Vergílio Ferreira), prezava uma estética. Perdida, hoje.

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  8. Tenho alguns livrinhos desta colecção, com capas muito bonitas.
    Hoje em dia a maior parte das capas dos livros não atrai o olhar.
    Boa noite!

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  9. A colecção completa é composta por 169 livros que, com o tempo, eu consegui completar. Com grandes autores e, normalmente, boas traduções.
    Um bom dia para a Isabel!

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