quarta-feira, 24 de abril de 2013

Divagações 45 : pintura, arte e fotografia


Precisamente, 11 dias antes do nosso rei D. Manuel I completar 46 anos, chegou a Lisboa, a 20 de Maio de 1515, e pela primeira vez, à Europa, um rinoceronte. O animal causou enorme curiosidade e admiração. De tal modo a notícia se divulgou, pelo Continente, que, nesse mesmo ano, e através de uma descrição escrita, Albrecht Dürer (1471-1528) representou, por gravura, este rinoceronte indiano. O desenho está longe de ser uma cópia fiel do animal, mas a culpa não terá sido do grande Pintor alemão, mas sim da descrição incorrecta que lhe fizeram.
É minha convicção que o advento e aperfeiçoamento da fotografia, no séc. XIX, terá contribuído, de algum modo para o despontar da pintura abstracta e para o abandono, parcialmente, da transcrição pictórica literal de paisagens e retratos, com maior ou menor fidelidade, em relação aos modelos reais. A imitação objectiva perfeita através dos novos meios (fotográficos), terá ditado a procura de novos caminhos na Arte da Pintura. A pintura abstracta permitiu também, por outro lado, transmitir estados de alma que, até aí, estavam reservados apenas aos escritores e aos músicos.

Obsv.: o rinoceronte branco do postal é oriundo da África do Sul.

3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Penso que o autor da descrição foi Valentim Fernandes.
    Ainda bem que a descrição não era muito exata porque o rinoceronte é um bicho horrendo e o desenho de Dürer é maravilhoso.

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  3. Vou perguntar à especialista..:-))
    Mas eu até acho graça ao bicharoco, que me parece uma espécie de hipopótomo terrestre, com o adorno e acrescento de dois corninhos, para melhor tirar a mira...
    Em tempo: o olho do rinoceronte, de Dürer, tem qualquer coisa de humano.

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