sábado, 6 de abril de 2013

Dois poemas de Juan Ramón Jimenez


4.
Afasta a pedra de hoje,
esquece e dorme. Se é luz,
hás-de encontrá-la de manhã,
de frente para a aurora, feita sol.

99.
Não deixes que um só dia termine
sem colher um segredo, grande ou breve.
Seja a tua vida alerta,
quotidiana descoberta.
Por cada migalha de pão duro
que Deus te dê, tu dá-lhe
o diamante mais fresco da tua alma.


Juan Ramón Jimenez (1881-1958), in Eternidades (1918).

8 comentários:

  1. Também gostei dos dois, mas mais do segundo.
    Bom sábado!

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  2. O segundo tem muito de cristianismo, como ele é entendido pelo actual Papa... A cada lambada, responde com um sorriso. Mas, tirando a filosofia, e até porque devemos contrapor a adversidade (para que se possa encontrar a luz, mais que não seja, na aurora da madrugada) gostei da forma e dos ritmos. Têm: sabedoria, força e beleza.

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  3. Obrigado, Isabel, e bom resto de fim-de-semana!

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  4. Há que ter alguma benevolência cristã (..:-)), sobretudo quando estamos perante um grande Poeta, como é o caso de J. R. J..
    Obrigado pelas suas palavras!

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  5. "Não deixes que um só dia termine
    sem colher um segredo, grande ou breve."
    Gostei. Já está registado.

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  6. É uma máxima magnífica, na verdade.

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