Nos últimos dias, e por razões diferentes, surgiu-me, de novo, essa aversão que tenho contra os ingleses. Quando, há décadas, passei pelo Sul da Inglaterra, a caminho da Irlanda, ficou-me uma primeira má impressão. Pelo contrário, gostei da Irlanda e dos Irlandeses e compreendi a sua revolta surda contra a sobranceria da vizinha Álbion.
Mais tarde, numa viagem a Londres, tive a oportunidade de sair do "circuito turístico" e entrar em algumas casas de súbditos de sua majestade. E o que me ficou, até hoje, é um ambiente pobrete de espírito, profundamente provinciano e "kitsch", ingredientes que costumam alimentar poses sobranceiras de alguns políticos - e políticas - actuais ou recentemente falecidas.
No meio destes pensamentos veio ter comigo um texto, publicado ontem no DIE ZEIT, a propósito da visita de Cameron a Berlin, cheio de ironia sobre alguns senhores actuais que se passeiam pela Europa.
Eis a súmula da parábola.
Partindo do princípio de que cada família tem os seus hábitos e formas de convivência, o jornalista passa a caracterizar a "família europeia". Imaginemos, então, uma mãezinha alemã severa e um papá francês meigo que traçam o caminho para a família quando estão de acordo, o que nem sempre acontece. Os restantes membros da família seguem, em regra, as ordens dos papás, provocando, frequentemente, desavenças familiares. Apenas um, o tio de Londres - que já foi tia - costuma colocar-se à margem. O tio quer participar vivamente no debate familiar, insistindo, contudo, no seu menor contributo para o orçamento familiar e ressalvando o seu estatuto especial de apenas cumprir as regras estabelecidas quando ele assim o entender.
Bela harmonia familiar !
E foi assim que compreendi, finalmente, porque não gosto do tio de Londres.
Post de HMJ
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