Será caso excepcionalíssimo e raro, o eu poder localizar, no tempo e lugar, a entrada de uma palavra ou expressão no universo do meu léxico pessoal. Mas sei que a palavra pinchavelho me surgiu, pela primeira vez, em Janeiro de 1968, na então vila de Mafra. Pertencia ao jargão militar de um jovem tenente, Carneiro de apelido, instrutor do meu pelotão. E "pinchavelho" servia para tudo o que fosse pequena peça metálica (de parafuso a ponto de mira, ou cão) de uma arma, fosse ela a pesada Mauser, a leve metralhadora Uzzi, ou até a G3, que tinhamos de aprender a montar e desmontar.
Também o cultivo épico de um certo estoicismo físico era palavra de ordem, perante um acidente maior ou menor, um lanho leve ou profundo, uma dor. Diziam, logo: "Incha, desincha, e passa!" Fosse grave ou não, o desastre que nos atingisse. A expressão "tropa fandanga", para definir um grupo indisciplinado e tosco, veio-me ao conhecimento muito mais tarde. E só indirectamente por via militar. Mas a arte de guerra tinha, e ainda deve ter, um jargão amplo e expressivo, muito próprio.
às vezes uso a palavra pinchavelho. :)
ResponderEliminarBom dia!
O tenente Carneiro era de Trás-os-Montes..:-))
ResponderEliminarConheço as três expressões e às vezes uso "pinchavelho" e "tropa fandanga".
ResponderEliminarBoa tarde!
A expressão "tropa fandanga" só a vim a conhecer em fins dos anos 70...
ResponderEliminarBoa noite!
Boa noite!
ResponderEliminarInteressante, também comecei a recruta em Mafra, em Janeiro de 1968, mas já me não recordo do nome do tenente que comandava o pelotão.
Quanto ao idiotismo "pinchavelho", tenho uma ideia de que já o conheço há muitos anos.
É bem provável que nos tenhamos cruzado por aqueles longos e frios corredores de pedra...
ResponderEliminarUma boa semana para si!
Éramos muitos nessa altura, como carne para canhão.
ResponderEliminarMais do que dos rostos das pessoas, recordo-me das situações, tantas vezes ridículas, de como era extremada a disciplina militar.
Agradeço e retribuo os votos de uma boa semanana!