Já aqui o referi: sou um grande apreciador de monografias regionais. Ensinam muito naquilo que há de saberes práticos, ligados à terra, desde a agricultura ao tempo, de mezinhas naturais a costumes. Talvez seja um saber menor, este que se pode encontrar numa monografia bem feita, com informações sobre personagens secundários da História, episódios curiosos e pitorescos que, apesar de interessarem, sobretudo, às pessoas do lugar, têm quase sempre agrado. De uma monografia sobre a Lourinhã, de Mário Baptista Pereira, passo a transcrever:
Oração para afugentar as trovoadas
-Santa Bárbara se levantou
Seu pezinho direito calçou,
Jesus Cristo perguntou:
-Onde vais Santa Bárbara?
-Vou espalhar a trovoada!
-Espalha-a lá pra bem longe
Onde não haja pão nem vinho,
Nem rama de S. Martinho,
Onde não se ouça cantar os galos
Nem tocar os sinos.
engraçado, quando era miúda em Amarante, nos dias de trovoada queimávamos os raminhos de oliveira que tinham sido benzidos na missa do domingo de ramos e rezavamos:
ResponderEliminarSanta Barbara e S João Baptista
levai a trovoada
para monte maninho
onde não haja pão nem vinho
nem bafinho de menino.
Não é muito diferente!
Pois, como diz o povo: "Cada terra com seu uso, cada roca com seu fuso". Porque, em Guimarães e lá por casa, havia uma ladaínha, quando a trovoada era forte, que rezava mais ou menos assim:
ResponderEliminar"S. Jerónimo, Sta. Bárbara virgem,
Chagas abertas, corações feridos,
Sangue derramado por N. S. Jesus Cristo,
Se interponham entre nós e o perigo!..."
Adoro estas estes esconjuros e detesto trovoadas... :)
ResponderEliminarEu também aprecio os esconjuros, mas as trovoadas, pela prática do passado, deixam-me apenas mais atento e a medir a distância pelo raio (luz) e trovão (som). O que contribui para me entreter e distrair...
ResponderEliminarFaço o mesmo, mas ainda assim tenho um medo infantil de tempestades ...
ResponderEliminarGostei dessa oração. :-)
ResponderEliminarBoa tarde, MR!
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