O
presente “post” devia ter surgido ontem, porque se insere numa preocupação
maior de cidadania do que o recente testemunho nacional do Tribunal
Constitucional. Seria, porventura, útil que os Tribunais Europeus se pronunciassem,
em tempo útil, sobre matérias tão relevantes como a defesa do cidadão comum,
perante uma economia sem regras para o criador da riqueza, i.e., o trabalhador
– manual ou intelectual – sustentada por um “mundo financeiro de casino” que,
sem refreios pelos responsáveis pela UE, manipulam os dados, atormentam a vida
dos cidadãos e demonstram, a cada dia que passa, a sua incompetência e/ou
irresponsabilidade.
Sucede
que circula, desde ontem, uma investigação empreendida por diversos
jornalistas, denunciando os “esquemas” de esconder fortunas, em “offshores e
quejandos”, tudo à margem e sem intervenção dos responsáveis nacionais e
europeus tão empenhados em “arranjar um Plano B” para salvar os diversos
países, mais ou menos próximos do abismo.
Perante
tamanha evidência, parece caricato o testemunho do “nosso Zé Manel”, alertando
os incumpridores para as suas responsabilidades, sem assumir as suas – no país
e na Europa – como a solicitação do “papão” Schäuble, pedindo aos jornalistas a
cedência dos dados apurados sobre os “fugitivos ao fisco” quando, durante a
investigação, nunca acedeu a nenhuma colaboração. É o supino da ironia ou, mais
propriamente, a estratégia alemã com eleições à vista !
O
que me preocupa, no fundo, é o projecto de uma Europa de Humanidade, de Paz e
de Progresso, contra esta vertigem de populismo, irresponsabilidade e
incompetência. Os receios de Jean-Claude Juncker têm razões profundas e
históricas, mas também responsabilidades. Tal como o Luxemburgo, e quejandos,
não haverá países europeus que, com regimes especiais, contribuam com a sua
“quota parte” para a desigualdade do cidadão comum, facilitando o “aposento
dourado” àqueles que vivem do esforço de outrem ?
Embora
de formação em Humanidades, cedo aprendi que as ciências exactas, como a
Matemática e, sobretudo, a Estatística, têm o seu “quê” de manipulação dos
dados. Este jogo entre “média e mediana”, o deve e haver dos políticos, sem
nenhuma entidade capaz de assumir, com responsabilidade e isenção, a sua cidadania
é que mina o nosso quotidiano, se não tivermos “valores mais altos que se
alevantem”.
Post de HMJ
A Europa está a ir para o buraco e toda a gente a ver. Não aprendemos nada com a História.
ResponderEliminarO Luxemburgo não vive acima das suas possibilidades? Ainda vamos ter uns novos «retornados»...
Se os políticos fossem responsabilizados pelas asneiras, "crimes" que fazem, certamente pensariam melhor antes de fazerem as barbaridades que fazem. Mas nunca ninguém lhes toca. Entram e saem uns atrás dos outros e tudo esquece!
ResponderEliminarVamos ver...
Para MR:
ResponderEliminara duplicidade de critérios - Chipre e Luxemburgo - não encaixam, assim como o "legalizado" paraíso fiscal que é a Holanda. Aliás, o Senhor Pingo Doce também se mudou para lá, e perdeu, pelo menos, uma cliente, que sou eu.
Para Isabel:
o que me preocupa mais é a continuação numa estratégia em que os motoristas: Schäubles, Passos, Gaspar só sabem que querem agradar ao mundo financeiro para ficar bem na foto.Já não temos "homens de Estado" que pensam no dia de amanhã, nas gerações futuras.