sexta-feira, 5 de abril de 2013

Apontamentos 4: Responsabilidade e Incompetência





O presente “post” devia ter surgido ontem, porque se insere numa preocupação maior de cidadania do que o recente testemunho nacional do Tribunal Constitucional. Seria, porventura, útil que os Tribunais Europeus se pronunciassem, em tempo útil, sobre matérias tão relevantes como a defesa do cidadão comum, perante uma economia sem regras para o criador da riqueza, i.e., o trabalhador – manual ou intelectual – sustentada por um “mundo financeiro de casino” que, sem refreios pelos responsáveis pela UE, manipulam os dados, atormentam a vida dos cidadãos e demonstram, a cada dia que passa, a sua incompetência e/ou irresponsabilidade.
Sucede que circula, desde ontem, uma investigação empreendida por diversos jornalistas, denunciando os “esquemas” de esconder fortunas, em “offshores e quejandos”, tudo à margem e sem intervenção dos responsáveis nacionais e europeus tão empenhados em “arranjar um Plano B” para salvar os diversos países, mais ou menos próximos do abismo.
Perante tamanha evidência, parece caricato o testemunho do “nosso Zé Manel”, alertando os incumpridores para as suas responsabilidades, sem assumir as suas – no país e na Europa – como a solicitação do “papão” Schäuble, pedindo aos jornalistas a cedência dos dados apurados sobre os “fugitivos ao fisco” quando, durante a investigação, nunca acedeu a nenhuma colaboração. É o supino da ironia ou, mais propriamente, a estratégia alemã com eleições à vista !


O que me preocupa, no fundo, é o projecto de uma Europa de Humanidade, de Paz e de Progresso, contra esta vertigem de populismo, irresponsabilidade e incompetência. Os receios de Jean-Claude Juncker têm razões profundas e históricas, mas também responsabilidades. Tal como o Luxemburgo, e quejandos, não haverá países europeus que, com regimes especiais, contribuam com a sua “quota parte” para a desigualdade do cidadão comum, facilitando  o “aposento dourado” àqueles que vivem do esforço de outrem ?
Embora de formação em Humanidades, cedo aprendi que as ciências exactas, como a Matemática e, sobretudo, a Estatística, têm o seu “quê” de manipulação dos dados. Este jogo entre “média e mediana”, o deve e haver dos políticos, sem nenhuma entidade capaz de assumir, com responsabilidade e isenção, a sua cidadania é que mina o nosso quotidiano, se não tivermos “valores mais altos que se alevantem”.

Post de HMJ

3 comentários:

  1. A Europa está a ir para o buraco e toda a gente a ver. Não aprendemos nada com a História.
    O Luxemburgo não vive acima das suas possibilidades? Ainda vamos ter uns novos «retornados»...

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  2. Se os políticos fossem responsabilizados pelas asneiras, "crimes" que fazem, certamente pensariam melhor antes de fazerem as barbaridades que fazem. Mas nunca ninguém lhes toca. Entram e saem uns atrás dos outros e tudo esquece!
    Vamos ver...

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  3. Para MR:
    a duplicidade de critérios - Chipre e Luxemburgo - não encaixam, assim como o "legalizado" paraíso fiscal que é a Holanda. Aliás, o Senhor Pingo Doce também se mudou para lá, e perdeu, pelo menos, uma cliente, que sou eu.
    Para Isabel:
    o que me preocupa mais é a continuação numa estratégia em que os motoristas: Schäubles, Passos, Gaspar só sabem que querem agradar ao mundo financeiro para ficar bem na foto.Já não temos "homens de Estado" que pensam no dia de amanhã, nas gerações futuras.

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