sexta-feira, 12 de abril de 2013

De Alberto de Lacerda, para a Primavera


Diotima

És linda como haver Morte
depois da morte dos dias.
Solene timbre do fundo
de outra idade se liberta
nos teus lábios, nos teus gestos.

Quem te criou destruiu
qualquer coisa para sempre,
ó aguda até à luz
sombra do céu sobre a terra,

libertadora mulher,
amor pressago e terrível,

Primavera, Primavera!


Nota pessoal: este poema, de Alberto de Lacerda (1928-2007), aparece pela segunda vez no Blogue - a primeira, foi em 21/3/11. Mas, assim como muitas vezes repetimos a leitura de poesias, será legítimo que eu volte a colocá-lo, uma vez que a Primavera terá, agora, vindo para ficar. E, apesar do verso final do poema ser excessivamente redutor, ou banal, ensombrando a beleza alta dos versos 1 e 2, bem como do sexto e sétimo, este é, porventura, o poema, de Alberto de Lacerda, de que mais gosto.


2 comentários:

  1. Gosto deste poema.
    Hoje esteve bastante calor.

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  2. Embora com chave final de "cobre", é um belo poema.
    E a luz, hoje, também já foi outra...

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