segunda-feira, 21 de março de 2011

Primavera


Diotima

És linda como haver Morte
depois da morte dos dias.
Solene timbre do fundo
de outra idade se liberta
nos teus lábios, nos teus gestos.

Quem te criou destruiu
qualquer coisa para sempre,
ó aguda até à luz
sombra do céu sobre a terra,

libertadora mulher,
amor pressago e terrível,

Primavera, Primavera!

Alberto de Lacerda (1928-2007)

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