Como a borboleta em direcção à luz, parece não haver alternativa para os passos errantes, senão seguir em frente rumo ao disco luminoso. Que, primeiro, parece apoiar-se nos telhados mais baixos, depois sobe, para finalmente se libertar, como um balão, das mãos de uma criança.
É um fascínio natural esta lua plena, enorme a princípio, mas que vai perdendo volume, na subida rápida, no limiar da noite. Talvez como outrora, homens primitivos a terão olhado, da treva e das cavernas, ou de casas toscas de granito, a esta Lua cheia, num azul distante e escuro de Março. Procurando sinais, resposta aos mistérios da sua inquietação, prenúncios de cataclismos na sombra das suas crateras mais sombrias. Ou, quem sabe?, tentando adivinhar, muito simplesmente, numa percepção genesíaca e instintiva, o tempo mais propício para as sementeiras e as colheitas do futuro.
Estivemos todos a admirar a lua. :)
ResponderEliminarLes beaux esprits...
ResponderEliminar